Segurança Pública segue sem comando dois dias após cúpula ser afastada pelo STJ em operação
Investigação da PF apura corrupção, obstrução de investigações e vazamento de informações na Polícia Civil. Há suspeita de que um flagrante falso de tráfico de drogas tenha sido encomendado.
A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Tocantins foi afastada há dois dias e até a manhã desta sexta-feira (22) nenhum nome foi indicado para assumir o comando da Polícia Civil. A expectativa era de que indicações fossem feitas no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (21), mas a única medida publicada foi a nomeação de uma servidora para ser ordenadora de despesas da pasta.
Os principais nomes da segurança pública do Tocantins foram afastados na última quarta-feira (20) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) durante a operação Éris, da Polícia Federal. A investigação apura corrupção no governo de Mauro Carlesse (PSL) - também afastado - e uma suposta aparelhagem estabelecida para obstruir investigações e vazar informações. Há suspeita, inclusive, de que um flagrante falso de tráfico de drogas tenha sido realizado.
Somente na área da segurança pública foram pelo menos 13 afastamentos. Entre eles o secretário Cristiano Sampaio, o secretário executivo Servilho Silva e a delegada-geral, Raimunda Bezerra.
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No Diário Oficial desta quinta-feira (21) a única medida referente à pasta foi a nomeação de Mariana Rodrigues da Silva, superintendente de administração e finanças, para responder também pelo ordenamento de despesas da SSP.
Durante coletiva de imprensa, o governador em exercício Wanderlei Barbosa (Sem partido) afirmou que faria substituição dos servidores afastados seguindo orientação jurídica, mas também disse que não fará “movimentos bruscos no governo” para não desestabilizar o trabalho que vem sendo feito.
Entenda
O afastamento do governador e dezenas de agentes públicos foi determinado monocraticamente pelo ministro Mauro Luiz Campbell e confirmado pela corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na manhã desta quarta-feira (20) a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas.
As investigações que resultaram na determinação de afastamento do governador Mauro Carlesse pelo STJ são resultado de duas operações da PF, chamadas Éris e Hygea, que invetigam:
· pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais (Hygea);
· obstrução de investigações (Éris);
· incorporação de recursos públicos desviados (Hygea).
Conforme apuração da TV Anhanguera, a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada.
Fonte: Por g1 Tocantins